Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia vai acionar órgãos do Estado e buscar agenda com o governador e o prefeito de Guarapari para buscar soluções em Village do Sol
O deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (Ales), anunciou que vai buscar uma série de medidas concretas para resolver o problema da falta de saneamento e água potável enfrentado por moradores da região de Village do Sol, em Guarapari.
Entre os encaminhamentos definidos após a audiência pública realizada na noite desta quarta-feira (12), Gandini informou que vai solicitar reuniões com o presidente da Cesan, Munir Abud, e do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Mário Louzada, além de pedir a revisão do zoneamento ambiental da região.
O parlamentar também pretende levar o caso ao prefeito Rodrigo Borges (Republicanos) e ao governador Renato Casagrande (PSB), para garantir uma solução efetiva e integrada.
Diante do cenário de abandono relatado pelos moradores, Gandini anunciou ainda que colocará o gabinete da Comissão de Meio Ambiente à disposição para assessorar juridicamente a comunidade na elaboração de uma Ação Civil Pública, com o objetivo de envolver o Ministério Público e o Poder Judiciário na busca de uma solução definitiva.
“Estamos falando de um direito básico: água potável e saneamento. Vamos acionar todos os órgãos necessários e, se for preciso, recorrer à Justiça”, afirmou o deputado.
A audiência, realizada no auditório da Escola Estadual João Batista Celestino, ficou lotada de moradores de Village do Sol e bairros vizinhos. A região, que abriga cerca de 12 mil pessoas, não tem acesso regular à água tratada nem rede de esgoto.
Moradores relataram que a água que chega às torneiras tem cor de ferrugem e que muitos precisam recorrer a poços artesianos, frequentemente contaminados pela falta de infraestrutura sanitária. Outros compram água de uma empresa privada, alvo de desconfiança quanto à qualidade e ao preço cobrado.
Durante o debate, houve críticas à ausência do prefeito e à falta de fiscalização sobre os serviços prestados.
Participantes lembraram que a Cesan é a concessionária oficial do Estado, mas não tem planejamento de curto prazo para atender a comunidade.
“Não podemos ficar à mercê, pisando em esgoto, numa cidade que se autodenomina ‘Cidade Saúde’”, desabafou o pedreiro Otoniel Firmino da Silva ao relatar que há mais de 8 mil fossas contaminando o lençol freático.
Ao final do encontro, Gandini reforçou que a Assembleia Legislativa vai acompanhar o caso de perto e que a Comissão de Meio Ambiente pretende cobrar resultados concretos.
“A população está cansada de promessas. Vamos dar continuidade a esse diálogo e garantir que o Estado e o município cumpram o papel que lhes cabe”, concluiu.



