O secretário da Educação aponta os desafios para climatizar as escolas estaduais e onde o processo está mais adiantado. Projeto do deputado Gandini exige um plano de climatização para escolas da rede pública municipal e também privadas
O governador Renato Casagrande (PSB) tem uma meta ousada na área da educação: até o fim do seu governo, em 2026, climatizar todas as 367 escolas estaduais. Atualmente, 165 já foram climatizadas, o que representa 48% do total. Outras 176 estão em processo de climatização (40%).
“Em 2021, tínhamos apenas 36 escolas climatizadas. Em 2024, esse número cresceu mais do que nunca. Só no ano passado, foram 68 unidades, e nossa expectativa é climatizar outras 128 este ano, quase dobrando a capacidade”, destacou o secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo.
Ao lado do subsecretário de Suporte da Sedu, Vinícius Simões, do diretor Diassis Ximenes e do deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), De Angelo esteve na Escola Renato Pacheco, em Jardim Camburi, no último dia 25. A unidade acaba de ser climatizada, beneficiando 1.200 alunos. Gandini é o autor da Lei Estadual 11.605, que estabelece temperaturas adequadas (entre 20ºC e 23ºC) nas salas de aula das escolas públicas.
“Esse avanço é recente, começou em 2020. Inclusive, a Lei do Ar-condicionado, do deputado Gandini, foi sancionada em 2022. É uma legislação importante que auxiliou nosso trabalho”, explicou Simões.
Indagado sobre a demora na climatização total, mesmo com recursos disponíveis, De Angelo explicou que a infraestrutura elétrica das escolas é um grande desafio.
“Temos escolas inauguradas há 200 anos e outras, há dois. Em muitos casos, a infraestrutura elétrica não suporta a carga dos aparelhos de ar-condicionado, causando quedas de energia ou até risco de curto-circuito. A rede elétrica das escolas e a concessionária de energia são os dois maiores gargalos nesse processo”, detalhou o secretário.
Para acelerar o cronograma, Gandini apresentou na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 94/2025, que determina que os municípios apresentem à Secretaria de Estado da Educação (Sedu), no prazo de até 120 dias, um plano de climatização para escolas públicas municipais e também para instituições privadas.
“Estudos mostram que altas temperaturas prejudicam a concentração, a retenção do conhecimento e o desempenho acadêmico dos alunos. Além disso, professores e demais profissionais sofrem com o desconforto térmico, o que compromete a qualidade do ensino e o ambiente escolar”, ressaltou Gandini.
Os planos devem seguir a Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17), do Ministério do Trabalho e Previdência, que estabelece a faixa de temperatura entre 18ºC e 25ºC como ideal para atividades que exigem atenção e esforço intelectual constantes.
“O projeto de lei do deputado Gandini trata dessa necessidade de planejamento, ainda que de longo prazo, para que a climatização avance e seja concluída. Também aponta que o Estado pode apoiar financeiramente esse processo”, concluiu De Angelo. O projeto está em tramitação nas comissões da Assembleia Legislativa.



